A história de cada um

   Fui uma criança de muita sorte... Não desfrutei, na infância, de grandes riquezas materiais. Mas, além do contato precoce com o mundo dos livros e das histórias, tive tempo de sobra para brincar, pensar e observar... 
    Lembro-me que quando tinha uns cinco/seis anos costumava passar horas no quintal da casa em que morava... A casa ficava em uma esquina - lugar de encontro de ruas e de pessoas.
    Naquela época crianças de cinco/seis anos não tinham grandes responsabilidades... Não era preciso frequentar dezenas de cursos e outras atividades de socialização. Ocupava-se o tempo brincando e fazendo amigos. 
    As brincadeiras, quando na companhia de outras crianças, envolviam bonecas, bolas, corridas... Subir em árvores também era frequente. Diversas vezes "ralei" os joelhos após uma queda ("ossos do ofício" de uma criança bastante ativa). As broncas em razão dos machucados sempre valeram a pena...
    Quando eu estava sozinha, entretanto, criava histórias, falava com meus bonecos e bichinhos de pelúcia/plástico e observava pessoas que passavam... Gostava de observar os transeuntes até que desaparecessem no horizonte... Imaginava quem seriam e para onde estariam indo... Chegava a indagar: Será que voltarei a vê-los?
    Acredito que, mesmo criança, já sabia que cada pessoa tem uma história... E que muitas destas histórias são sobremaneira interessantes. Dignas de contos e livros. Mas as histórias, assim como as pessoas, vão sendo esquecidas... Perdem-se com o tempo. Por este motivo quem consegue um lugarzinho, mesmo que pequenino, no coração e na memória daqueles que ama já pode se considerar vitorioso. (Autora: Aline Brandt - Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)

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