Caixinha de tesouro
É só uma caixinha de madeira, pintada de branco, com colagens de papel... Algumas flores e uma borboleta colorida na tampa... Dentro estão guardadas bijuterias e joias - nada muito valiosas.
Parece só uma caixinha de madeira... Que fica sobre o balcão do banheiro... Mas, para mim, não é só uma caixinha de madeira porque está repleta de amor e significado.
Faz quase quinze anos que esta caixinha me acompanha. Lembro-me, porém, como se fosse hoje. Meu amado filho Nícolas perguntou se eu poderia acompanhá-lo em um curto passeio. Desejava comprar um presente especial – estávamos nos aproximando do “Dia das Mães”.
Aquele menino magrinho – de olhos atentos e sorriso discreto – entrou na loja com a intenção de escolher o “melhor presente do mundo”. Ficou algum tempo observando a variedade de artigos à disposição.
Uma caixinha branca com colagens de papel, disposta em uma prateleira quase no meio da loja, chamou-lhe atenção. Depois de observar as flores e a borboleta colorida, estampadas na tampa da caixinha, falou para a atendente da loja: “Estou decidido! Vou levar. É para a pessoa mais importante do mundo. Pode colocar em um pacote bem bonito?”
O Nícolas olhou-me, depois de confirmar a compra, com alegria. Ele tinha, depois de muita procura, encontrado o presente perfeito: aquela caixinha de madeira, pintada de branco, com meigas estampas.
A ansiedade, em seu olhar de menino, era visível. Eu disse para ele, com toda sinceridade, que não havia, no mundo, presente mais bonito. “A pessoa que o receberá, com certeza, ficará muito feliz” – declarei para o contente menino.
O sorriso que recebi do meu amado filho guardo como um tesouro na memória. Sorriso de criança... Sorriso verdadeiro... Sorriso repleto de amor. Sorriso contagiante. E o que fiz? Sorri, alegremente, com a certeza de que o amor de um filho é o melhor presente.
Quem vê a caixinha, sobre o balcão do banheiro, não imagina o que representa. Não é só uma caixinha de madeira que guarda pulseiras, colares, brincos... É uma caixinha de boas lembranças – um inestimável tesouro. (Escritora Aline Brandt/Texto constante do Livro Aberto 2024/Todos os direitos reservados/Lei dos Direitos Autorais N° 9610/98)
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